O (sub)desenvolvimento na teoria e na política: um possível diálogo contemporâneo entre Celso Furtado e Milton Santos acerca dos novos arranjos produtivos
Resumo
O século XXI parece trazer à tona ímpetos de um novo fôlego planejador no Brasil, envolvendo iniciativas coordenadas no campo da economia industrial, com vistas a gerar uma configuração sócio-econômico-espacial mais equilibrada. O capitalismo urbano-industrial contemporâneo teve relativizado o predomínio do padrão fordista de acumulação, incorrendo em reestruturações produtivas que permitiram resgatar a importância dos espaços localizados na dinâmica econômica. Partindo da idéia de que complexos industriais localizados podem auferir economias externas e ativá-las a favor do desenvolvimento econômico e regional, procuramos também explorar a literatura pertinente a essa matéria e problematizar os argumentos correntes acerca dos arranjos produtivos locais, retomando e realçando as idéias de Celso Furtado e Milton Santos, segundo as quais, em espaços periféricos, fatores estruturais que transcendem à escala local – principalmente a estrutura social desigual – agem como embargos à ativação de externalidades positivas, esmorecendo o potencial do arranjo produtivo enquanto fonte dinâmica de desenvolvimento. Assim, a partir de um diálogo entre Furtado e Santos, lançamos luz sobre alguns aspectos da configuração sócio-econômico-espacial brasileira, suscitando elementos para avaliar os arranjos produtivos locais enquanto padrão planejado de desenvolvimento no Brasil contemporâneo.
Palavras-chave
História econômica
Texto completo:
PDFISSN 1980-2668